viernes, 26 de noviembre de 2010

Oportunidade

10-10-2009



Cláudio Vital de L. Ferreira*

A crise pela qual está passando o capitalismo tem deixado vítimas e uma delas são os trabalhadores, principalmente os assalariados. Em todos os países do mundo, mesmo os mais desenvolvidos, uma parte dos trabalhadores foi afetada e muitos deles perderam seus empregos, com graves conseqüências para si mesmos e para suas famílias. As possibilidades de conseguir outro emprego são pequenas e quase sempre por valores inferiores aos do emprego anterior.

Todo o processo educacional direciona as mentes para o mercado de trabalho assalariado. Os cursos profissionalizantes e principalmente os cursos de níveis superiores e pós graduações buscam dar o máximo de informações para os alunos conseguirem um emprego no mercado. Como as empresas querem os melhores e estão dispostas a pagar o mínimo que puderem, quanto maior o número de candidatos competentes e desempregados no mercado, os níveis salariais baixam numa espécie de lei da oferta e da procura invertida pois, quando se trata dos produtos do patrão, quanto maior a procura, maiores são os preços.

São poucos os empregados que se sentem seguros e estão satisfeitos no emprego, tanto em nível do trabalho que desenvolvem, em nível do tipo de relação que desenvolvem com o patrão ou chefe, quanto do valor do salário que ganham.

O sonho da maioria desses trabalhadores é ter uma oportunidade para mudar de emprego e ter no novo emprego o que lhe falta no atual. Quando conseguem isso, logo se dão conta que no outro emprego os problemas são semelhantes. Aos poucos descobrem que quando decidiram ser empregados colocaram sobre a mesa do seu empregador suas liberdades. Suas vidas irão girar em torno dos interesses do empregador. É o patrão quem definirá o que irão fazer, em que horário deverão chegar e sair do emprego, quando irão tirar férias, o que irão fazer todos os dias e o pior de tudo, quanto irão ganhar. Suas vidas estão nas mãos do padrão e suas famílias sobrevivem das sobras do tempo que não são utilizados ocupados com o trabalho. Logo perceberão que são prisioneiros e ficarão ansiosos por uma oportunidade de trabalho na qual pudessem se livrar do patrão e resgatar a liberdade.

Quanto mais tempo alguém passou como empregado, mais se habituou com uma relação em que o padrão define suas atividades e tudo o que tem a fazer para preservar o emprego é seguir à risca as ordens que recebe dando o máximo de si mesmo. Precisa ser muito bom no que faz, pois, ainda que não ganhe muito, sabe que existem muitas pessoas tão ou mais competentes do que si mesmo desempregadas esperando sua vaga e dispostas a aceitar um salário ainda inferior ao que recebe. Isso o desgasta, o estressa, mas não vê outra saída, pois tem que sustentar sua família e pagar suas contas.

Muitas pessoas permanecem em seus empregos justificando que aí estão porque não apareceu uma oportunidade de desenvolver um trabalho autônomo em que resgatasse a liberdade que venderam ao patrão. Se você é um deles saiba que todos os dias aparecem oportunidades na tua vida mas você não as vê. Quando realmente você decidir resgatar tua autonomia e buscar uma oportunidade ela virá até você. Tenho um grande amigo com o qual aprendi muito em vários treinamentos, no qual ele foi o professor, que afirma categoricamente, e eu acredito nisso, que a oportunidade que você procura está a procura de você. Basta você abrir tua mente e teu coração e então conseguirá “ver” a oportunidade que bate a tua porta, mas você não escuta. Outras pessoas conseguem encontrar a oportunidade que estava muito próxima, mas não viam e a abraçam, mas não conseguem levar adiante o sonho através dela, pois se acostumaram a ser mandados pelo patrão e na oportunidade de trabalho, sendo donos do próprio negócio, sendo padrões de si mesmas, precisam aprender a gerir suas vidas e seus tempos. A maioria não consegue isso, pois o trabalho assalariado as acomodou e sentem necessidade de alguém para dizer o que fazer numa relação paternalista. Ser dono do próprio negócio e ter ganhos muito acima da media não é para todos. Apenas aqueles que estão dispostos a pagar o preço através da auto disciplina, da persistência e consistência chegarão no topo. O topo reserva muitos tesouros. O topo está lá para todos, mas nem todos estão dispostos a fazer a difícil caminhada na auto superação para poder usufruir de todos os benefícios que o topo reserva. Iniciar a caminhada depende apenas de uma decisão e persistência. O processo de caminhar te irá transformando e aos poucos irá te habilitar a ser merecedor do que esse caminho de pedras promete. A maioria das pessoas entram em um negócio e querem TER. Antes precisam SER, depois FAZER e por último então vão TER.

• Psicólogo,Dr. em saúde mental, Psicanalista e escritor- Prof. Associado - Instit. de Psicologia-UFU. Pós doutorando em Saúde Mental pela Universidade do Porto em Portugal.Email: cvital@mailcity.com

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