viernes, 26 de noviembre de 2010

Longevidade e qualidade de vida

22-08-2009


Longevidade e qualidade de vida



Nos últimos séculos o ser humano tem vivido cada vez mais. Os avanços na área de ciência e tecnologia criaram condições para que se possa viver com saúde por mais de cem anos. Nossas células estão programadas para nos manter vivos e saudáveis por 120 anos. Nos últimos séculos, principalmente no século passado, a aquisição de novas tecnologias permitiu abundância na produção de alimentos, facilidades nas comunicação e transporte, eliminação e prevenção de inúmeras doenças. A lista é imensa. Tudo isso foi incorporação aos recursos já existentes, abrindo possibilidades para uma vida longa e saudável, mas não foi isso que aconteceu.

Grande parte dos avanços e tecnologias não tem chegado à maioria das pessoas em volta do mundo. Dois terços da população passa fome e o terço que come se alimenta mal, aumentando de forma desmesurada a quantidade de pessoas com sobrepeso e obesas. Mesmo com todo o desenvolvimento e conhecimentos na área médica em termos preventivos e curativos, ainda morrem milhares de crianças por desnutrição ou desidratação. Cada vez mais pessoas tem incorporado a seus hábitos diários o consumo de medicamentos tanto para dificuldades orgânicas quanto mentais. As pessoas que conseguem chegar a uma idade acima dos sessenta anos, a maioria delas tem consigo uma pequena farmácia, numa tentativa desesperada de se manter saudáveis como se os remédios fizessem milagres. Quanto mais avança a ciência e a tecnologia, novas doenças têm surgido e com ela o medo, o pânico e a dor.

Quem vive em grandes cidades tem se defrontado cada vez mais com dificuldades complexas tais como engarrafamentos, radares, criminalidade e controle social com câmeras de vídeo espalhadas por todos os cantos. A poluição provocada por fábricas e por motores de veículos tornou o ar irrespirável com sérias conseqüências para a saúde de todos. Ainda que muitas pessoas digam que amam morar nessas metrópoles, é difícil entender o frenesi de pessoas se deslocando o para praia, campo ou montanha nos feriados e finais de semana. Isso parece ser uma indicação clara que essas pessoas não estão tão satisfeitas assim com a qualidade de vida que lhes proporciona o lugar onde moram. Vivem aí provavelmente por necessidades relacionadas com trabalho ou estudos, mas estão insatisfeitas. Com freqüência vivem estressadas, se alimentam mal, têm suas relações afetivas comprometidas. Percebem aos poucos que, quando conseguem melhorar o nível social e econômico, a custas de muitas horas diárias de trabalho duro, esse progresso quase nunca se reflete na qualidade pessoal e familiar subjetiva, pois os bens econômicos não se traduzem em satisfação plena e felicidade.

Parece que o ser humano passa por uma encruzilhada e está tendo dificuldades em definir o que realmente é o melhor para si. Observa-se cada vez mais uma insatisfação intrínseca nas pessoas com o tipo de vida que levam, mas nem elas mesmas sabem dar uma solução para isso. São prisioneiras de uma inconstância que nem elas mesmas entendem. Estão sempre insatisfeitas com o que possuem e com a vida que levam, mas todas as mudanças que introduzem em suas vidas não lhes trazem a paz e a tranqüilidade que buscam.

Evidente que todos buscam longevidade e qualidade de vida e ainda que alguns tenham conseguido a longevidade, quase sempre essa não vem acompanhada de qualidade de vida. O processo de se viver inserido em grandes cidades se tornou complexo e cheio de regras e normas e os princípios que regem o ser humano são simples e se identificam com a natureza. Nossas origens estão intrinsecamente relacionadas com a natureza e parecemos siameses. Essa tal tecnologia e desenvolvimento tem afastado no bisturi o ser humano da natureza. Não é por acaso que tanta gente quando consegue, larga tudo nas grandes cidades e muda-se para o campo ou montanha, pois sente falta de nascentes d’água, do cantar dos pássaros e da pureza do ar.

*cvital@mailcity.com

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