04-12-2010
O Natal e a administração financeira
Não adianta espernear, mas você não vai conseguir escapar da ciranda de presentes associados ao Natal. Por um lado a propaganda maciça, principalmente na televisão e por outro filhos, amigos e parentes insinuando de maneira nem sempre implícita que querem presentes. Para poder satisfazer às expectativas dos outros, você vai relacionar seu orçamento com os presentes que gostaria de dar e, mais uma vez, percebe que a lista é bem maior do que sua capacidade financeira, mas a propaganda continua e as pessoas também não param de exercer pressão por seus presentes.
Não esqueça, levaram você a crer que o Natal tem por finalidade comer, beber muito e trocar presentes, enquanto que essa data tem por finalidade permitir resgatar um pouco da tua alma de criança, tuas relações familiares, teu respeito a cada pessoa quer parente, quer não, pois somos todos uma grande família. Tudo isso pode e deve ser comemorado e aí sim as festas de final de ano têm sentido. Mas, como nos ensina Ralph Emerson, somos todos seres impressionáveis e, como crianças, desejamos tudo o que vemos. Mas estará dando um grande passo em direção ao controle financeiro e à independência aquele que, descobrindo seu próprio talento, abandona a necessidade das despesas inúteis. Nos preocupamos em demasia com os outros e o que pensarão de nós. Se não fossem os outros e o desejo de agradá-los, nossos atos seriam completamente diferentes daqueles que praticamos diariamente. Para satisfazer esse desejo, nos permitimos ser guiados pelas aparências, tornando nossas relações frágeis e superficiais. Como no ensina Ralph Emerson, o realista não se preocupa de modo algum com as aparências. Delega aos demais a polidez e as elegâncias custosas da vida social. As virtudes são econômicas, mas alguns vícios também o são. A vaidade custa dinheiro, trabalho, cavalos, homens, mulheres, a saúde, a paz e em última análise, nada é além de um longo caminho que não conduz a parte alguma. As pessoas que de fato são nobres, porque descobriram que podem ser úteis aos outros, se dispensaram de todos os vagos desperdícios e administram seu dinheiro, equilibrando os gastos aos ganhos, não importa o montante envolvido.
Fazer compras é um dos exercícios mais prazerosos da natureza humana. Zig Ziglar conta que sua esposa tinha nas compras sua terapia predileta. Um dia, chegando em casa, viu um bilhete deixado por ela que dizia estar muito estressada e que por isso, tinha ido fazer terapia de compras. Completa dizendo que quando ela chegou com os pacotes, não teve dúvidas que a terapia tinha sido intensiva. Quem tem um orçamento elástico pode se dar a esse tipo de luxo, mas gastar para manter as aparências, comprando presentes com valores desconectados do orçamento, seguramente irá trazer aborrecimentos nos primeiros meses do ano vindouro.
Quem acha que o dinheiro foi feito para gastar jamais será rico, pois a riqueza é conseqüência da administração financeira onde os gastos são inferiores aos ganhos e a diferença,é o inicio da riqueza. Todos querem ganhar dinheiro, mas precisam pagar um preço e um dos pilares chama-se poupar. Napoleon Hill em seu livro “A lei do triunfo” diz que, de uma vaga maneira, quase todas as pessoas têm esse propósito, isto é, o desejo de ganhar dinheiro. Mas isso não é propósito definido. Antes de o nosso propósito poder ser considerado como definido, mesmo que esse objetivo seja a acumulação de dinheiro, precisamos chegar a uma decisão quanto ao método preciso por meio do qual pretendemos ganhar dinheiro. Não basta dizer que se ganhará dinheiro empenhando-se em qualquer espécie de negócio. É preciso escolher o gênero de negócio. Deve-se também decidir o ponto onde ele será localizado, bem como as normas em que deve ser conduzido. Há um fosso enorme entre o desejo de sucesso e sua realização e, para vencê-lo, é necessário muito trabalho, disciplina, persistência e administração financeira. Se quiser dar o primeiro passo em direção ao sucesso ou pelo menos não dar um passo em direção ao fracasso, nesse Natal compre apenas à vista, não se iluda em dar presentes para meio mundo, em participar de “amigos secretos” e outras artimanhas que foram criadas para levar teu dinheiro.O maior valor do Natal é o reencontro consigo mesmo, com sua espiritualidade, com o afeto pelas pessoas que você ama e pela solidariedade para com as pessoas que sofrem na pele a carência de alimentos e principalmente a falta de amor.
Comentários (2)
Comentários
Jose Roberto
04-12-2010
Cláudio, excelente texto! A luta contra o marketing consumista parece interminável devido a força e profissionalismo dos marketeiros, mas de grão em grão a internet vai levando o conhecimento para as pessoas que vão se conscientizando e quem sabe consumindo conscientemente! Nesta semana assisti a um webseminário do Yupee onde a palestrante diz: Status é a resultante do Ter sobre o Ser onde você compra o que não precisa, com o dinheiro que não tem, para mostrar para quem você nem gosta, o que você não é.
tatiana macedo
15-12-2010
Gostei, suas ideias são claras e muito bem vindas no mundo atual totalmente deturpado pelo dinheiro e poder.Parabéns
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