30-10-2010
Reconstrução
Todos, sem exceção, vivenciamos dificuldades diariamente. Tendemos a identificá-las fora de nós. Os outros com os quais convivemos costumam ser nossas vítimas preferidas. Mas não são somente os parentes, os amigos e o patrão. Quando sentimos que responsabilizar as pessoas a nossa volta não acalma suficientemente as culpas, buscamos expandir o círculo dos “culpados” e aí o céu é o limite pois, incluímos no mesmo balaio os governantes, a natureza e alguns, até Deus. Se você é assim, está passando a hora de dar de fato uma utilidade para o espelho que tem no banheiro da tua casa. Ao invés de ficar admirando o corpo que Deus te deu e que para tê-lo não fez esforço algum, olhe fundo nos teus próprios olhos e tenha coragem de ver o que sempre se recusou a enxergar: você é o problema. Já te adianto que vai precisar vestir os olhos de Deus, do contrário a vaidade, rótulo que reveste teu Ego, vai continuar te enganando e você vai mais uma vez se achar o máximo. O entanto, o teu dia a dia continuará amargo e cheio de problemas, pois enquanto não se dispuser a buscar o lugar onde os problemas se encontram - dentro de você, todos eles continuarão a existir. Assim, não adianta mudar de patrão, de esposa ou de amigos. Não adianta culpar o governo e torcer para que um novo governo que entra resolva os problemas que está vivendo. Permitindo que teu Ego continue a controlar tua mente, não importa para onde você vá, pois carregará todos os problemas contigo. Os amigos serão outros, a esposa será outra, o marido será outro, mas os problemas continuarão, pois muitos personagens a tua volta mudaram, mas você continua o mesmo vaidoso, arrogante com um Ego maior que o Monte Everest.
A maioria dos grandes homens deixou a condição de medíocre somente depois dos 40, vários deles iniciaram de fato a mudança depois dos 50 ou 60 anos. O grande homem inicia a caminhada num processo de domínio da própria mente. Percebe que os problemas não existem. Permite-se enxergar que o que existe é uma grande incapacidade para lidar com as situações que a vida lhe apresenta. Quanto mais incapaz de se adaptar às circunstâncias do dia a dia, mais identifica “problemas”. Então presta atenção: faz de conta que eu sou o espelho para o qual você está olhando. Lamento te informar e não se ofenda comigo, mas você está precisando criar vergonha nessa cara e começar a domar a fera que está dentro e te engana a cada momento, pois existe apenas um problema no seu mundo: você. Você se engana a tanto tempo que já acredita piamente nas mentiras que tua mente te prega e é capaz de defender o indefensável como se fosse a mais absoluta verdade.
Não fique desolado com o que acabou de ler. Demorei a entender isso também e doeu muito e ainda dói trazer para mim a responsabilidade pelos meus fracassos e parar de encontrar bodes expiatórios. Percebi que estou fazendo escolhas a todo o momento, mesmo quando penso que não estou escolhendo. Percebi também que toda escolha, ainda que contra minha vontade, traz conseqüências. O barco de minha vida está singrando os mares, empurrado pelos ventos da existência, quer eu queira ou não. Assim, muito mais sábio ter o domínio da embarcação, pois assim saberei onde estou, de onde estou vindo e principalmente terei o controle para me deslocar até ao lugar para onde quero ir.
Pare de condicionar tua vida aos outros. Pare de acreditar que vai ser feliz quando o mundo mudar, quando teu filho mudar, quando tua esposa mudar. Você vai encontrar tudo o que precisa e quer, somente quando resgatar a si mesmo e conseguir dominar esse teu corpo preguiçoso que engana a tua mente todos os dias. Aí reside a grande diferença entre o sucesso e o fracasso. Não cometa o erro de entregar a tua vida aos outros, diariamente cambaleando, aguardando a próxima vítima para responsabilizá-la por teu fracasso. Aprenda com Og Mandino, ao afirmar que “ sempre que permitirmos aos outros que controlem nossas vidas, colocamos nosso futuro nas mãos deles, abdicamos o nosso direito de fazer as escolhas que nos beneficiem e sufocamos toda oportunidade de crescermos. Sem metas, sem prioridades, sem estratégia própria de vida, perambulamos com o rebanho por uma campina de mediocridade infindável, incapazes de nos liberarmos para alcançar ao menos uma pequena parte dos sonhos que um dia acalentamos. Essa condição é deprimente, mas curável. Você pode aprender como dirigir sua própria vida, determinar e depois ir em busca das próprias metas, deixar o rebanho bem para trás. Pode aprender a tomar uma posição por si mesmo, dizer “não” em vez de “sim”, agir em vez de ser forçado a agir. Você não é um carneiro, nem está perdido. Qualquer controle sobre si mesmo que abandonou um dia, pode ser recuperado para você ficar no comando do seu próprio destino outra vez. Depende apenas de você restaurar tua dignidade e individualidade”. Confia no homem vencedor para o qual nasceu.
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