14 de maio de 2011
Cláudio Vital Psicólogo
O desenvolvimento tem cobrado um alto custo para todas as pessoas. Elas estão precisando trabalhar cada vez mais para pagar as contas, estão cada vez mais estressadas e cansadas, enfrentam diariamente enormes engarrafamentos, precisam driblar inúmeros radares vigilantes 24 horas por dia para fugir das multas, respiram um ar cada vez mais poluído, comem alimentos industrializados com muitos ingredientes que não deveriam ter e pouquíssimos nutrientes que deveriam ter. Rapidamente ficam obesos, desnutridos e doentes. O medo é cada vez mais intenso, quer relacionado com a segurança pessoal e da família, quer com a possibilidade concreta de perder o emprego e não conseguir pagar as contas no final do mês. O cansaço é tanto que as segundas feiras são sentidas como traumáticas para a maioria, por ser o primeiro dia de trabalho da semana e o próximo final de semana passa a ser o objeto predileto de desejo e tome Faustão e Fantástico nos domingos a tarde para enganar a mente e manter a anestesia e a hipnose.
O mundo moderno separou pais de filhos, maridos de esposas e diminuiu o tempo de convivência e expressão de amor entre eles. As pessoas vivem correndo. Alegam que não têm tempo. A produção tem que aumentar e a pressa passa a fazer parte constante do dia a dia. Cada vez mais o que importa é a quantidade e não a qualidade, pois o capital tem remunerado melhor a primeira do que a segunda. Com isso, os trabalhadores têm diante de si ou o desemprego ou a necessidade de produzir depressa, comprometendo a qualidade na perfeição artística, na beleza literária e pedagógica, na Medicina e no Direito, na arte e na filosofia e nos serviços e objetos produzidos. Há mais de um século o escritor Orisson Sweet Marden já alertava para esse problema da necessidade de produção em quantidade em detrimento da qualidade, ao afirmar que isso é evidente por toda parte do globo terrestre nos trágicos resultados do trabalho mutilado e incompleto. As conseqüências são as pernas de pau, as mangas vazias, inúmeros sepulcros, lares sem pai nem mãe. Essa realidade atesta a negligência, os erros e a incapacidade dos que trabalham apenas pelo dinheiro em detrimento dos princípios da alma. Afirma ainda que os piores crimes escapam da alçada da lei. A negligência, o descuido, o faz de conta, a falta de exatidão e compromisso, são crimes contra os indivíduos e contra a humanidade e que causam muito mais desgraça do que os crimes que são alcançados pela lei.
Um trabalho feito com responsabilidade e acuidade traz benefícios para todos. O hábito de trabalhar sem cuidado nem consciência, tem rápida influência na mentalidade do trabalhador. O trabalho mal feito dirige o trabalhador em direção ao fracasso. Cada obra mal feita que termina é um inimigo que o impele para o fundo, impedindo o desenvolvimento pessoal e a aquisição das riquezas, condenando a ser apenas mais um feito cachorro tentando morder o próprio rabo, sem sair do lugar.
Nos ensina Napoleon Hill que um dos princípios importantes do sucesso, em todos os setores da vida e em todas as ocupações, é a disponibilidade de caminhar um quilômetro extra, o que significa a prestação de mais e melhores serviços do que aqueles para os quais somos pagos, realizando tais serviços com uma atitude mental positiva. Nos alerta o autor que o princípio não é uma criação humana. Ele faz parte do artesanato da natureza, pois é obvio que toda criatura viva, situada abaixo da Inteligência do homem, é forçada a aplicar esse princípio para que possa sobreviver. O homem pode até ignorar esse princípio, mas jamais poderás saborear os frutos de um sucesso seguro e duradouro se assim proceder. Quando o fazendeiro limpa a terra, faz a aragem, planta as sementes no tempo certo, ele está caminhando um quilômetro extra, pois não está recebendo nenhum pagamento adiantado por qualquer desses serviços. Sequer tem a garantia de que conseguirá uma ótima colheita. No entanto, se ele faz seu trabalho em harmonia com as leis da natureza, essa mesma natureza continuará o seu trabalho, fazendo germinar as sementes, fazendo que o resultado seja uma colheita produtiva. Para cada grão plantado, a natureza retribui com dezenas ou centenas de novos grãos.
A natureza fornece as fontes de suprimento de bens e alimentos para todos, mas cada criatura tem que trabalhar antes que possa participar dessa distribuição. A natureza dá o exemplo e desencoraja o hábito que muitos homens adquiriram de tentar obter algo sem dar nada em troca, quer através de loterias, ou pior ainda, atos desonestos e imorais.Se você faz apenas o serviço para o qual está sendo pago, já recebe todo o pagamento ao qual faz jus. Se, no entanto, usar do privilégio de prestar um serviço extra, estará acumulando crédito e estará oferecendo ao Universo uma razão justa para receber uma recompensa, quer através de um aumento, ou promoção, ou riquezas materiais e espirituais.
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